Apenas vários textos de um jovem artista sonhador e apaixonado. por Antonio Amador.
domingo, 20 de dezembro de 2009
Dois dias depois, outra madrugada. O bar estava com aquele ambiente típico. O homem voltara, só que desta vez sozinho. Faz o mesmo caminho de antes e as mesmas coisas. Sentado em frente ao balcão e cigarros sobre ele.
- Não disse que voltava.
- É, voltou mesmo. - respondeu a garçonete - o que vai quer?
- Cerveja, é...?
- É?
- Seu nome.
- Ah, Vanessa.
- Prazer, Ash.
Vanessa logo trás a cerveja pedida e recebe um simples valeu e um convite para jogar conversa fora. Como o movimento de madrugada sempre é fraco, ela aceita. Mas claro que passou pela cabeça dela todos aqueles olhares de dois dias atrás, que a ajudara mais na escolha.
Conversa vai, conversa vem. Algumas tantas cervejas. Alguns gracejos dali, outros risinhos daqui e a cena já era da moça sentada ao lado dele no bar, bebendo e com ele só restavam três cigarros.
- Mas e aquela mulher que tava com você, sua namorada?
- Não, apenas uma amiga carente.
- Nossa, é tão atencioso com as amigas assim?
- Ha ha... E você nem sabe o quanto sou com as que estou interessadas. - E solta um sorriso de canto de boca.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Nota: Se possível, ler ao som de "Let me put my love into you" do AC/DC.
A moça não esperava aquela reação e ficara surpresa. Já levara cantadas antes, mas não como naquela situação. Logo volta ao normal e vai receber o dinheiro dos caminhoneiros que partiam.
Os minutos vão passando, mais algumas cervejas e duas doses de martini. O casal divertir-se-ia trocando carícias e beijos. O homem até colocou um clássico rock'n'roll no Jukebox do bar para tornar o ambiente mais agradável para ele.
A garçonete apenas observava a cena e servia-os, mas sempre o rapaz trocava olhares mais demorados com a moça ou lançava-lhe alguns beijinhos ou sorrisos de canto de boca sem que a acompanhante notasse. A atendente já estava bastante sem graça com a situação, mas gostando um pouco de tudo que ele fazia.
Até que tudo termina e o casal sai depois de pagar, só que o rapaz volta.
- Esqueci os cigarros. - Fala, pegando-os em cima do balcão e continuava, só que com uma voz mais baixa e rouca. - Adorei o serviço. Voltarei mais.
E sai com um cigarro acesso na boca, baforando.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Um metro e setenta e sete mais ou menos, cabelos curtos e negros e olhos da mesma cor. Calça jeans, camisa branca e uma jaqueta preta. Barba por fazer e um jeito de andar que passava superioridade para os outros. Junto dele acompanhava uma mulher de roupas vulgares, cabelos ruivos e atributos que lhe chamavam a atenção. Eufemismo para peitões e bundão.
Vão até o balcão. O rapaz puxa um maço de cigarros do bolso e coloca em cima, seguido de seu Zippo. Enquanto a mulher coloca a sua bolsinha do lado.
-Posso lhes atender?- Questiona a garçonete.
-Quero uma cerveja e você?- O rapaz fala para a mulher que o acompanhava e logo depois acendia um cigarro.
-Martini sem gelo.
-Certo, trago já.
A atendente vira-se para preparar o que lhe foi pedido e logo traz o combinado.
-Aqui, cerveja e martini.
-Valeu.
O rapaz solta um sorriso de canto de boca para a garçonete que somente ela viu e depois deu uma golada refrescante na cerveja.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
O bar
Capítulo I
Era madrugada, já metade dela. O movimento era fraco, mesmo para um bar de beira de estrada. Dois caminhoneiros bebendo café para suportar a longa viagem que ainda tinham pela frente. E aquele mesmo bêbado que, em todas as noites, terminava no bar, dormindo sobre a mesa do canto.
A garçonete olhava para toda a cena e só confirmava " É terça-feira, três e meia da manhã e aqui estou.". Saco, apenas pensou. Ela fazia o movimento mecânico de limpar o balcão, na pura falta do que fazer até ouvir um barulho que quebra a rotina e chama-lhe a atenção.
O ronco de um carro que se aproximava e parava. Um barulho alto e potente, típico de carros da época de 60 ou 70. Após um instante, a porta do bar se abre e uma pessoa entra.
É a segunda narração que tento escrever. Não sei como ela será e se irá agradar a alguém. Não importo. O que quero é agradar-me.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
narração final 2
Capítulo VII ou epílogo II
- De nada...
Johnny observava a garota indo embora, aquela olhada na bunda dela e batia a porta. Foi até a cozinha novamente, tomava outra xícara de café e pensava.
Bom, até que ela é bem atraente. Tem um papo maneiro e, além de tudo, é linda. Poderia muito bem passar umas cantadas nelas na próxima vez.
O rapaz já caminha e parava em frente da varanda. Olhava Andressa andando e continuava com o mesmo pensamento “Vou passar umas cantadas sim.”. E tudo acontece rapidamente. A freada, a falta de atenção, a pancada e o corpo inerte ao chão. Ele, de camarote, assistira tudo de mãos atadas e sem piscar. Ficara totalmente atônito.
Ele puxa o seu maço de cigarros do bolso, pega um e acende. Apóia as costas na parede e vai sentando bem devagar. Sussurrando.
- Foi mal, eu prometo que vou lhe encontrar novamente. Só que irei demorar mais... – Dá uma longa e demorada tragada.
narração final 1
- Delicioso! Você sabe fazer um belo café, heim?
Andressa falava isso após dar a última golada na xícara. Johnny também acaba com o seu próprio café e levanta-se para recolher as xícaras.
- Bom, muito obrigada pelo café.
A jovem agradecia já em pé de frente para a porta e logo se vira apenas escutando um baixo de nada e o barulho da porta batendo atrás dela. Ela ia descendo as escadas e refletindo, apenas achando e trocando em miúdos, consigo mesma, tudo que estava sentido.
Ora essa, já se sentia atraída por ele e só se encontraram duas vezes. Está certo que ele é bastante atraente, tem um corpo que me atraem e a barba por fazer cria todo um charme, mas paixão? Não, deve ser só tesão. Isso, apenas isso.
Ela já tinha passado pela porta do prédio e atravessava a rua quando simplesmente todos os pensamentos param. Subitamente se encerram com uma grande pancada e seguindo de uma brusca freada. O corpo de Andressa cai ao chão sem vida e tingindo o asfalto de vermelho.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Narração5
Outro dia, outra manhã. Ou melhor, já tarde. Johnny acorda de susto e quase caindo da sua cama. Um barulho irritante de campanhia e uma enorme dor de cabeça seguiram esse despertar. Fala um punhado de palavrões com raiva e levanta-se para atender a porta.
Ao chegar lá, vêAandressa pelo olho mágico, vestida com uma saia preta, uma camisa azul escura, colar e pulseira e outras coisas femininas que Johnny não dera muita atenção.
- Merda, esqueci completamente dela. Não deveria ter saído para beber ontem. Puta que pariu!
Abre a porta e recebe a mulher pedindo que entre.
- Obrigada. Nossa pensei que não estava, demorou a atender. Estava no banho? - Entrando pelo apartamento e sentando-se no sofá.
-Não, estava dormindo. - Fala um pouco alto, pois ia logo andando para o quarto.
- Nossa! De-desculpa. Não Foi a minha intenção...
- Não se preocupe. Eu que bebi demais ontem e dormir tarde. Bem, aqui, pegue que vou lhe ensinar a mexer nela. - Voltava com uma máquina fotográfica profissional nas mãos e entregava para a Andressa.
Johnny a explica todas as funções da máquina, o que ela deveria fazer e o modo de manuseá-la. Logo após isso, ele tira a camisa e se posiciona de costas para ela.
-Nessa sessão só precisa tirar fotos das minhas costas e um pouco do perfil do meu rosto, não muito. Pode tirar quantas achar necessárias e eu vou mudando de pose.
-Ok.
A sessão inicia-se e após umas 1h de fotografias e poses encerra.
- Só por hoje? - Andressa fala deixando a câmera sobre uma mesinha de centro.
- Sim. Na quinta você pode voltar na mesma hora.
- Tudo bem.
- Aceita um café? Não ofereço cerveja porque tô com um pouco de ressaca.
- hahahah, hum, tudo bem, aceito o café sim. - Ela solta uma leve risadinha.
Ela não estava com muito ânimo de aceitar aquele convite, mas aceito por educação ou por algo que ela não sabia o que era... Não sabia ainda...
domingo, 9 de agosto de 2009
Narração4
- Que bom, pode começar amanhã à tarde? Tenho esse dia livre.
Johnny puxava um maço de cigarros no bolso e acende um, dando uma longo tragada.
- Sim, dá muito bem para mim.
A jovem levanta-se falando essas palavras na intenção de ir embora, já que conseguira o que viera fazer ali. Johnny logo levanta também, ao perceber a inteção dela, e caminha em direção a porta
seguido por ela.
-Bom, então, está combinado! Valeu por ter vindo.
-De nada.
Ele abria a porta e Andressa saia calmamente. Johnny olhava-a se afastando até sumir, descendo as escadas. Fechava a porta e soltava a sentar na poltrona dando outra tragada.
Espero que ela aprenda a mexer na máquina rápido...
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Narração3
- Hum, interessante.
Andressa comentava entre as palavras que o homem dizia.
- ... Então, estou precisando de alguém que opere a câmera para tirar algumas fotos de mim. Não sei se você sabe manusear ou posicionar, mas eu irei lhe informar tudo. Irei te guiar, não se preocupe.
-Hum... sim...
Johnny falava de um modo que parecia que ele já a contratara. Mas não é para menos, já fazia quatro meses que pregara anúncio para procurar por pessoas para essa função e, hoje, fora a primeira visita que recebeu para esse propósito. Então, não iria largá-la tão fácil.
- Então, basicamente isso. A respeito do pagamento, irei dar cem... É tudo que posso oferecer para fazer. Aceita?
Andressa já sabia a resposta que iria dar. Saíra de casa já com ela na cabeça, mas, mesmo assim, fingiu que refletia sobre a proposta. Não queria dar a impressão de estar desesperada pelo serviço.
-Hum... Bem... Parece bom. ceito sim.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Narração2
- Prazer, Andressa.
Respondia, apertando a mão dele e deixando escapar um leve sorriso simpático. Ela pensava sempre que dando um sorriso, tornava-a mais sociável e mais receptiva.
Johnny encostara à porta e ficara observando-a por um momento. Refletiu e tirou a conclusão que a moça realmente veio em busca do serviço. O rapaz saiu do caminho, oferecendo entrada no apartamento.
Andressa entra falando um breve obrigado. A sala, onde estavam agora, havia um sofá de três lugares em tom bege bem claro, uma poltrona na cor marfim e uma mesinha de centro de vidro. No chão era de carpete preto. As paredes em salmão possuíam quadros sem moldura, enfeitando-as de maneira incomum, além de uma tv presa a uma das paredes. Outra coisa que chamava a atenção era um pequeno bar, em um canto da sala.
- Pode sentar onde quiser. Aceita um café?
Perguntava o homem já indo em direção a cozinha.
- Ah... Sim, obrigada.
Sentava-se no canto do sofá, apoiando a bolsa em seu colo. A mulher vestia uma calça preta justa, um all-star xadrez nas cores roxa e preta, uma blusa de seda roxa de manga comprida, além de uma boina verde escura.
Voltando com duas xícaras, Johnny, descalço, usava uma calça jeans e uma regata branca apenas. Entregou-a o café e sentou-se na poltrona.
-Bem...A assistência que eu preciso é, na verdade, fotográfica, sabe... Sou fotógrafo...
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Narração1
O homem acordara cedo essa manhã. Isso não acontecia com freqüência, para dizer a verdade, nunca acontecia. Por isso estranhara acordar e ver a manhã em seus olhos.
Levantou-se e bocejou. Voltou a deitar e ficou, uns dez minutos, de olhos fechados, deitado na cama. Abriu-os e olhou as horas, ainda oito e quinze.
- Estranho... Fui dormir as quatro.
Levantou-se novamente e caminhou até sua cozinha. Abrira uma lata de cerveja e terminou-a com dois goles. Ele não se importava muito com a alimentação. Não lhe era útil, assim pensava.
Sentou-se na poltrona da casa e ligou a tv, começando a assistir.
- Nossa... Só tem lixo de manhã...
Desligou a tv novamente e ficou... Apenas ficou... E ficou... Nada mais.
Então, de súbito, algo lhe trouxe a realidade. Um som irritante e insuportável. Um ding-dong.
Abriu a porta e surpreendeu-se. Uma linda mulher, cabelos castanhos e cacheados, olhos grandes como duas pérolas de cor negra e um corpo atrativo para qualquer pessoa. Era uma pessoa que faz com que você sinta-se bem só de estar perto dela.
- Uhm... Bem, eu li o anúncio... É aqui que precisa de assistente?
- É. Prazer... Johnny.
Diz estendendo a mão...
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
monólogo 3 - fim
Ela coloca a chave na porta. Vira a maçaneta e entra. Joga a chave na mesa. Acende a luz do abajur e senta-se ao sofá. Acende um cigarro. Dá uma tragada longa e demorada.
- Sabe... Vendo agora, acho que estou mesmo contente com isso. Não sei como falar...
Talvez, sei lá. Alívio. Isso, essa é a sensação. Parecia que eu estava acorrentada e jogada no mar... Sufocando.
Ah... Sim. Agora, vou fazer o que realmente quero. Ele, provavelmente, diria: "Tira essa roupa molhada, senão você irá se resfriar." E daí. Não me importo com isso. Não mais, agora! Quero é me sentar e apreciar a porra do meu cigarro.
Além do que. Que porre ele era. Olhando melhor... Ele era muito chato, puta que pariu! E não tinha lá um beijo muito gostoso. hahahahaha...
Porra, esse já é o quinto cigarro. Se continuar assim, vou ficar viciada de vez. Ah, foda-se. Só por hoje. Agora, finalmente, vou comemorar. O início. O verdadeiro motivo por eu fazer tudo o que fiz. O início.
Ela levanta-se, vai até a estante. Pega uma garrafa de vinho, uma taça e enche-a. Ergue-a no alto e proclama.
- A mim!!!!
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
monólogo 2
Ela pensava, refletia e meditava. Sempre andando, indo de volta para sua casa. No caminho, passava pela praça que havia passado a infância.
Senta-se no balanço, que brincava, e começa a dar leves balançadas, olhando para o chão.
Olhar vazio esse, seu foco não era o chão. Via longe, além do seu par de olhos parecidos com a negra noite que lhe cercava.
- Como... Como eu irei fazer isso...
Agora eu destruí tudo que tinha feito... Que imaginei que era tudo para mim e bom.
Tenho, melhor, necessito recomeçar...
Encontrar, finalmente, o amor que sempre sonhei ter e nunca o vivi.
Pois aqueles que vivi eram, na verdade, ilusões...
Claro, eram doces, mas, ainda assim, mentiras. Nada além disso, mentiras.
Levou as mãos ao rosto, cobrindo-o e sentiu as lágrimas tocarem-na. Chorava.
- Por quê? Por que estou chorando... Será que eu fiz a coisa errada?
Ou então...
Então, uma gota toca os seus cabelos. Depois outra, mais uma e até que ela percebeu a chuva.
Chuva caindo e a dúvida indo embora.
- Sim... Fiz sim. Agora percebi. Tenho que confiar em mim mesma. Sei que conseguirei o que quero. Não preciso mais dele. Só de mim.
Enxugou as lágrimas com as mãos e voltou a se molhar. Agora, só com chuva para lavar sua alma e começar tudo.
Agora, como sempre quis. Só para ela!