sexta-feira, 16 de julho de 2010

Mudar as coisas.

Não saber como mudar as coisas é algo extremamente frustrante.
Não que a situação em si esteja ruim. Não está.
Mas fica aquele gostinho de quero mais no ar, sabe.
Aquela sensação de "por que não pode ser assim, né?'
Aquele clima de "Sei que não vamos nos decepcionar, porra!"
E com tudo isso na cabeça, fico sentado, viajando.
Desenhando, ouvindo música, tentando me distrair um pouco.
Mas é difícil e acabo voltando para os mesmo devaneios.
Pensando, imaginado, sendo idiota.
E frustrado, querendo mudar as coisas, só um pouquinho.
Para ser mais feliz.
Para lhe fazer mais feliz.
Para sermos mais felizes.
E dando uma golada no copo e um trago de cigarro, penso cabisbaixo.
Um jeito para mudar isso.
Olho pela janela e vejo o clima ficar mais frio, cinzento.
Como cores frias de uma paleta.
E penso se o clima me deixou melancólico.
Ou eu que deixei o clima melancólico.
Reflito sobre os trabalhos que tenho que fazer,
Como posso fazê-los, os possíveis projetos.
E novamente o que passa como um raio pela minha cabeça?
E o que gruda como cola e não sai mais?
Sim. Ela. O sorriso lindo no rosto dela. A risada boba.
O olhar penetrante que consome qualquer um que a encare.
Fico com um sorriso idiota na cara e fecho os olhos.
Madrugada. Ambos deitados. Lado a lado, face a face.
Ela deitada em cima de meu braço, envolta de cobertores, travesseiros e lençóis.
Só é possível ver metade do rosto e cabelos bagunçados propositalmente para ficarem sempre lindos.
Ela com olhos fechados, pegando no sono, sentia a sua respiração perto. Estava calma.
E eu apenas a observava. Admirava sua beleza, seu sossego, sua calmaria. Ela estava linda em tudo.
Atrevo um beijo em sua testa e acabo abrindo meus próprios olhos.
Volto a mim. Desenho a cena que relembro.
Deitando no chão gelado, apoiando a cabeça nas mãos, falo:
"Eu tenho que mudar as coisas."

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"Esse é o meu clima!"

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